mar 22 2010

Seu primeiro aplicativo no Google Android 2.1

Category: Android 2.1Edson Gonçalves @ 15:35

Olá, tudo bom? Como vão vocês?
Aqui vai um artigo para quem está interessado em entrar no mundo do Google Android e começar a desenvolver aplicativos.
Dúvidas e críticas são bem vindas.

Preparando o ambiente de desenvolvimento

Antes de começar, saiba que é necessário ter o Java JDK instalado e configurado em sua máquina. Caso não o tenha, clique aqui e baixe a versão apropriada para seu sistema operacional.  Lembre-se também de configurar a variável de ambiente do Java.

Download e instalação do Eclipse IDE

Para trabalhar com o Android, será necessário um bom ambiente de desenvolvimento, visando facilitar o nosso trabalho. O Eclipse IDE Classic é o suficiente para trabalhar com o Android.

Para baixar o EclipseIDE, clique aqui.

Figura 1 – Download do Eclipse IDE

Figura 1 – Download do Eclipse IDE

Download e instalação do Android SDK

Para construir aplicações para o Android, precisaremos do Android SDK. O SDK inclui um emulador, ao qual haverá a possibilidade de testar o aplicativo sem a necessidade de um celular com o Android SO.

Para fazer o download do SDK, clique aqui. O Android SDK é disponível nas plataformas Windows, Mac OS X e Linux (Figura 2). O SDK vem compactado, basta, ao baixá-lo, descompactar.

Figura 2 – Plataformas suportadas pelo Android SDK

Figura 2 – Plataformas suportadas pelo Android SDK

No Windows, podemos descompactar em um local desejado, por exemplo, dentro do drive C:.  No Linux e Mac OS, poderá ser colocado o diretório descompactado em HOME.

Vá até o executável que se encontrará no diretório do Android SDK e execute. Em Available Packages, temos as versões da plataforma do Android. Você pode deixar marcada apenas a opção para o Android 2.1, ao qual iremos utilizar ou manter todos. Clique em Install Selected.

Figura 3 – Sites, pacotes de arquivos do Android SDK

Figura 3 – Sites, pacotes de arquivos do Android SDK

Para configurar o Android SDK em seu sistema operacional, fazemos da seguinte forma:

No  Windows, vá em Painel de Controle>Sistema e Segurança>Sistema>Configurações Avançadas do Sistema.  Na aba Avançado clique no botão Variáveis de Ambiente.

Edite a variável PATH adicionando um ponto-e-vírgula (;) seguido do caminho pertencente ao diretório do Android SDK com o diretório tools e confirme. Se estiver instalado no Windows,  no drive C:, teria o seguinte caminho:

C:\android-sdk-windows\tools

Para o Mac OS X e Linux, edite seu arquivo .profile adicionando o diretório do Android SDK na variável PATH.

Um exemplo de como poderá ficar no Linux:

export PATH=$PATH:$HOME/android-sdk-linux /tools:$JAVA_HOME/bin

Download e instalação do Plugin do Android

Com o Eclipse iniciado, vá até o menu Help > Install New Software. Na caixa de diálogo Available Software, clique em  Add….

Na caixa de diálogo Add Site,  coloque o seguinte endereço em Location:

https://dl-ssl.google.com/android/eclipse/

Sua caixa de diálogo ficará similar a Figura 4.

Figura 4 – Adicionando o link para baixar o plugin do Android

Figura 4 – Adicionando o link para baixar o plugin do Android

Assim que adicionar o plugin, marque Developer Tools e clique no botão Next.

Figura 5 – Developer Tools selecionado

Figura 5 – Developer Tools selecionado

Na segunda etapa, mantenha como está, caso não tenha erros e prossiga. Na terceira etapa, aceite os termos de licença e clique no botão Finish.

Figura 6 – Aceite os termos de licença para finalizar o processo e iniciar a instalação

Figura 6 – Aceite os termos de licença para finalizar o processo e iniciar a instalação

Ao terminar a instalação, aceite o reinicio do Eclipse.

Para configurar o Android SDK, vá ao menu Window>Preferences, após o reinício do Eclipse na instalação do plugin, selecione Android.

Figura 7 – Configurando a localização do Android SDK

Figura 7 – Configurando a localização do Android SDK

Seu primeiro “Hello World!” com o Android 2.1

Chegou a hora de criarmos a nossa primeira aplicação Android, iniciando com um simples “Hello World!”.

Criando o projeto

Para criar o projeto no Eclipse IDE, siga os seguintes passos:

  1. Com o Eclipse em execução, selecione File>New>Project.
  2. Na caixa de dialogo New Project, selecione Android>Android Project. Prossiga em Next.
Figura 8 – Primeiro passo para criar um Projeto Android no Eclipse

Figura 8 – Primeiro passo para criar um Projeto Android no Eclipse

  1. Na criação do projeto Android, dê o nome de HelloAndroid em Project name. Marque  Android 2.1 em Build Target (Target Name). Preencha Properties da seguinte forma:
    1. Application name: HelloAndroidApp
    2. Package name: br.com.integrator
    3. Create Activity: HelloActivity
    4. Min SDK Version: 7
Figura 9 – Criação do Projeto Android

Figura 9 – Criação do Projeto Android

  1. Complete a criação do Projeto clicando em Finish.

Ao finalizar o assistente, veremos o projeto gerado pelo plugin, como na Figura 10.

Figura 10 – Projeto Android gerado no Eclipse IDE

Figura 10 – Projeto Android gerado no Eclipse IDE

Visualizando rapidamente a aplicação criada

A classe HelloActivity possui um método chamado onCreate() que contém uma chamada a setContentView().

Em setContentView(), vemos na passagem de parâmetro a classe R.layout.main. A classe R, gerada em gen>br.com.integrator, contém informações para o ícone do aplicativo, o layout e strings que se referem ao que será apresentado pelo aplicativo.

Em res>layout>main.xml, veremos o mesmo que o apresentado na Figura 11, ou seja, um layout padrão, com um label gerado.

Figura 11 – Aparência inicial do aplicativo padrão gerado

Figura 11 – Aparência inicial do aplicativo padrão gerado

O texto contido neste label se encontra em res>values>strings.xml. Você pode alterá-lo (veja Figura 12) se desejar. Após alterar, salve e volte a main.xml. Verá que a modificação foi imediata.

Figura 12 – Alteração do texto contido no label padrão gerado

Figura 12 – Alteração do texto contido no label padrão gerado

Rodando a aplicação gerada

Na view Package Explorer, clique com o direito sobre o projeto e selecione, no menu de contexto, o item Run As>Android Application.

Assim que tentar executar, o Eclipse retornará um erro, informando que não existe um AVD (Android Virtual Device). O AVD é um dispositivo virtual do Sistema Operacional do Android, simulando um aparelho.

Figura 13 – Alerta sobre a falta de existência de um Android AVD

Figura 13 – Alerta sobre a falta de existência de um Android AVD

Ao clicarmos em Yes, uma nova janela surgirá, conhecida por nós, onde teremos que criar a AVD em Virtual Devices. Clique no botão New.

Figura 14 – A Virtual Devices do AVD Manager

Figura 14 – A Virtual Devices do AVD Manager

Na caixa de diálogo Create new AVD, digite DefaultAVD em Name. Selecione o Google APIs (Google Inc.) – API Level 7 em Target. Também poderia ser Android 2.1 -API Level 7. Em Size, digite o número 32. Quando aos demais itens, mantenha-os como estão e clique em Create AVD.

O que fizemos foi criar uma plataforma com o Android 2.1 com um cartão SD de 32MB e uma tela HVGA.

Figura 15 – Criação do DefaultAVD

Figura 15 – Criação do DefaultAVD

Após a criação do dispositivo virtual do Android, feche a janela do Android SDK and AVD Manager.

Figura 16 – Dispositivo virtual do Android criado

Figura 16 – Dispositivo virtual do Android criado

Imediatamente, ao fechar a janela anterior, a janela Android Device Chooser surgirá. Selecione Launch a new Android Virtual Device e clique em Refresh.

O dispositivo virtual criado surgirá. Selecione-o seguindo de um OK.

Figura 17 – Selecionando o dispositivo virtual criado para rodar o aplicativo

Figura 17 – Selecionando o dispositivo virtual criado para rodar o aplicativo

O emulador do Android iniciará. Fique tranquilo, pois ele demora um pouco até carregar e exibir seu aplicativo.

Figura 18 – O aplicativo rodando

Figura 18 – O aplicativo rodando

Enquanto isso podemos olhar  o que ocorre por trás através da view Console.

Figura 19 – Saída na view Console

Figura 19 – Saída na view Console

Será que o Android pega?

Não tenha dúvidas que o maior problema que o iPhone vai enfrentar serão as empresas que adotarem o SO Android para aparelhos móveis. A maior diferença é a plataforma aberta, com uma linguagem acessível e uma base de milhares de desenvolvedores de Java, que com certeza passarão a desenvolver aplicativos para estes aparelhos.

Abraço a todos e até o próximo artigo.

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mar 09 2010

JPA 2.0 na Prática com Hibernate 3.5

Category: JPA 2.0Edson Gonçalves @ 21:07

Olá, tudo bom? Como vão vocês?
Embora meus artigos sobre JPA 2.0 tenham uma sequencia, este em especial está sendo postado para sanar as dúvidas de vários leitores que me pediram para ensiná-los a usar o Hibernate 3.5, como ORM provider, para trabalhar com JPA 2.0.
Dúvidas e críticas são bem vindas.

Preparação do ambiente de trabalho

Se você olhou o artigo JPA na Prática – Parte 1, será similar no banco de dados e  na ferramenta porém, haverá uma modificação na biblioteca JPA.

A  biblioteca JPA

O Hibernate é um ORM como o EclipseLink, muito utilizado no desenvolvimento Web com Java,  cujo a versão 3.5 possui suporte a Java Persistence API 2.0.  Você pode baixá-la clicando aqui. Clique em Download, no menu lateral esquerdo.

A versão, no momento em que escrevo, é a 3.5.0-CR-2 (ainda em desenvolvimento).

Os arquivos que terá de baixar serão:

  • Hibernate Core
  • Hibernate JPAModelGen

Ao baixar os arquivos, descompacte-os.  Você precisará das seguintes bibliotecas:

  • hibernate3.jar
  • antlr-2.7.6.jar
  • commons-collections-3.1.jar
  • dom4j-1.6.1.jar
  • javassist-3.9.0.GA.jar
  • jta-1.1.jar
  • slf4j-api-1.5.8.jar
  • hibernate-jpa-2.0-api-1.0.0-CR-1.jar

Além destes arquivos, será necessário utilizar as bibliotecas da Simple Logging Facade for Java, SLF4J. Baixe o arquivo com todas as bibliotecas da SLF4J aqui.

Descompacte o arquivo após baixá-lo.  Você precisará das seguintes bibliotecas:

  • slf4j-jdk14-1.5.11.jar
  • slf4j-log4j12-1.5.11.jar

O Projeto

O projeto para este pequeno tutorial é o mesmo do criado no artigo JPA na Prática – Parte 1, portanto não será explicado novamente como fazê-lo.

As bibliotecas no projeto

Podemos tanto criar uma biblioteca de usuário, contendo todas elas ou, simplesmente, adicionar todas ao seu projeto.

Figura 1 – Bibliotecas do Hibernate 3.5 e SLF4J adicionadas ao projeto

Figura 1 – Bibliotecas do Hibernate 3.5 e SLF4J adicionadas ao projeto

Configurando o arquivo persistence.xml

Similar ao mostrado na JPA 2.0 na Prática – Parte 2, no arquivo persistence.xml, altere-o conforme a Listagem 1 abaixo:
Listagem 1 – O arquivo persistence.xml

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>

<persistence version="2.0" xmlns="http://java.sun.com/xml/ns/persistence"

xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"

xsi:schemaLocation="http://java.sun.com/xml/ns/persistence

http://java.sun.com/xml/ns/persistence/persistence_2_0.xsd">

<persistence-unit name="JpaNaPratica" transaction-type="RESOURCE_LOCAL">

<class>br.com.integrator.Categoria</class>

<properties>

<property name="javax.persistence.jdbc.url" value="jdbc:mysql://localhost:3306/jpapratica"></property>

<property name="javax.persistence.jdbc.user" value="edson"></property>

<property name="javax.persistence.jdbc.password" value="integrator"></property>

<property name="javax.persistence.jdbc.driver" value="com.mysql.jdbc.Driver"></property>

<property name="hibernate.show_sql" value="true" />

<property name="hibernate.format_sql" value="true" />

<property name="hibernate.hbm2ddl.auto" value="create"/>

</properties>

</persistence-unit>

</persistence>

Infelizmente, nem todas as propriedades de persistence.xml são padronizadas, conforme já dito no artigo JPA na Prática – Parte 2. Para exibir a saída das instruções SQL geradas, assim como outras informações, as seguintes propriedades foram  adicionadas ao arquivo persistence.xml:

<property name="hibernate.show_sql" value="true" />

<property name="hibernate.format_sql" value="true" />

Para criar a tabela, utilizamos a seguinte adição:

<property name=”hibernate.hbm2ddl.auto” value=”create”/>

Testando o Projeto

Similar ao mostrado na JPA 2.0 na Prática – Parte 2, execute a classe com o método main() e veja os resultados refletidos no banco de dados.

Hibernate ou EclipseLink?

Muitos me perguntam isso, querendo saber qual é o melhor. O ideal, como sempre, é conhecer ambos e tirar as suas próprias conclusões. Em JPA 2.0, ao menos por enquanto, no que foi mostrado, não há diferença.

Abraço a todos e até o próximo artigo.

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fev 27 2010

Spring MVC 3.0 na prática – Parte 1

Category: Spring MVC 3.0Edson Gonçalves @ 2:50

Olá, tudo bom? Como vão vocês?
Este artigo é o primeiro de uma série ao qual vou ensiná-los a trabalhar com o Spring MVC 3.0.
Nesta primeira parte iremos conhecer o framework Spring MVC 3.0 através de um simples exemplo no estilo “Hello World!”.
Dúvidas e críticas são bem vindas.

Iniciando com o Spring MVC 3.0

Embora no Brasil o mais famoso do Spring Framework seja sua implementação tradicional como contêiner IoC (Inversion of Control – Inversão de Controle[¹]), também temos um excelente framework Web chamado de Spring MVC.

O Spring MVC é um framework open-source que usa como princípio o design MVC  Model 2, ao qual possui suporte, em sua view, também para outras tecnologias como: JSP/JSTL/Tiles, XML/XSLT, Velocity e  FreeMarker. A integração com JasperReports e exportação de documentos para PDF e Excel também estão inclusas.

Em Spring MVC 3.0 – Parte 1, iremos aprender a configurar um ambiente e rodar um exemplo simples utilizando o Spring MVC 3.0.

Download do Framework

Para trabalhar com o Spring MVC 3.0, você deve realizar o download na página: http://www.springsource.org/download. No momento em que este artigo é escrito, a versão utilizada é a Spring Framework 3.0.1.RELEASE. Clique em Download. Neste framework, temos mais de uma opção para baixar. Vamos escolher apenas o framework, cujo tamanho é o menor de todos.

Download do Spring Framework em sua página oficial

Figura 1 - Download do Spring Framework em sua página oficial

Ao baixar, descompacte o arquivo extraindo todos os JARs existentes no diretório lib.

O ambiente de trabalho

A própria empresa responsável pelo Spring Source, divisão da VMware, possui uma ferramenta completa, criada sobre a plataforma Eclipse, chamada de SpringSource Tools Suite.

Para baixar o SpringSource Tools Suite, clique aqui, preencha o formulário e faça o Download. Como a ferramenta possui uma opção de instalador, use-a como facilitador se desejar. Na própria página onde baixar o arquivo, haverá a explicação da instalação em cada plataforma, em Installation Instructions.

Criando um projeto

No SpringSource Tools Suite, clique no menu File>New>Dynamic Web Project. Na caixa de diálogo New Dynamic Web Project, digite ConhecendoSpringMVC (ou o nome que desejar dar) em Project name.

O SpringSource Tools Suite possui embutido um servidor de aplicações Java Web baseado no Apache Tomcat 6, só que com algumas modificações. Como já o temos por padrão, ele será utilizado no primeiro projeto de exemplo.  Confirme no botão Finish.

Criando o projeto ConhecendoSpringMVC

Figura 2 - Criando o projeto Conhecendo SpringMVC

O Apache Tomcat no Projeto

Caso deseje configurar o Apache Tomcat 6.0.x, pode ser adicionado através do botão New. Siga os passos a seguir para instalar:

1) Expanda Apache e selecione Apache Tomcat v6.0. Clique em Next;

Selecionando o Apache Tomcat v6.0 para adicionar a ferramenta

Figura 3 - Selecionando o Apache Tomcat v6.0 para adicionar a ferramenta

2) Na etapa seguinte, em Tomcat Server, selecione Download and Install;

Baixando e Instalando o servidor Apache Tomcat

Figura 4 - Baixando e Instalando o servidor Apache Tomcat

3) Antes de baixar, aceite os termos de licença. Confirme no botão Finish.

Termos de licença para a instalação automática do Tomcat

Figura 5 - Termos de licença para a instalação automática do Tomcat no SO Windows 7

Determine o local onde será instalado o Apache Tomcat e confirme. Retornando a etapa onde determinamos o local de instalação do Tomcat, se houver erro de não reconhecimento após baixá-lo (veja a execução do download na barra de status da ferramenta), clique em Browse e OK novamente para que seja reconhecido o local de instalação. Por fim, confirme em Finish.

Finalizando o projeto

Após retornar a etapa final do projeto, confirme no botão Finish. O SpringSource Tools Suite pedirá para que você mude de perspectiva. E confirme.

Associando a perspectiva ao tipo de projeto a ser criado

Figura 6 - Associando a perspectiva ao tipo de projeto a ser criado

Ao finalizar o assistente, terá um projeto criado e acessível através da view Project Explorer.

Projeto com sua estrutura gerada

Figura 7 - Projeto com sua estrutura gerada

Adicionando as bibliotecas ao projeto

Clique com o direito sobre o projeto, na view Project Explorer e selecione, no menu de contexto, o item Properties.

Na caixa de diálogo aberta, vá até Java EE Module Dependencies e adicione os seguintes JARs do Spring Framework que descompactou (através do botão Add JARs):

org.springframework.asm-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.beans-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.context.support-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.context-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.core-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.expression-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.web.servlet-3.0.1.RELEASE-A.jar
org.springframework.web-3.0.1.RELEASE-A.jar

Após adicionar estes JARs, clique em OK para confirmar.

Bibliotecas do Spring Framework adicionadas ao projeto

Figura 8 - Bibliotecas do Spring Framework adicionadas ao projeto

Seu primeiro projeto Spring MVC 3.0

O projeto deste artigo como início será o famoso “Hello World”, necessário para compreendermos as configurações básicas do framework.

Configurando o web.xml

Dê um duplo clique em  Deployment Descriptor na view Project Explorer e altere o arquivo conforme é exibido na Listagem 1:

Listagem 1 – Configurações do Spring Framework no web.xml

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<web-app xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance" xmlns="http://java.sun.com/xml/ns/javaee"
xmlns:web="http://java.sun.com/xml/ns/javaee/web-app_2_5.xsd" xsi:schemaLocation="http://java.sun.com/xml/ns/javaee http://java.sun.com/xml/ns/javaee/web-app_2_5.xsd" version="2.5">
<display-name>ConhecendoSpringMVC</display-name>
<servlet>
<servlet-name>springmvc</servlet-name>
<servlet-class>org.springframework.web.servlet.DispatcherServlet</servlet-class>
<load-on-startup>1</load-on-startup>
</servlet>
<servlet-mapping>
<servlet-name>springmvc</servlet-name>
<url-pattern>/</url-pattern>
</servlet-mapping>
<welcome-file-list>
<welcome-file>index.jsp</welcome-file>
</welcome-file-list>
</web-app>

Para que o Spring funcione, incluindo o seu módulo MVC, utilizamos o servlet org.springframework.web.servlet.DispatcherServlet, configurado no arquivo web.xml da aplicação.

Por padrão, o Spring MVC procura por beans em arquivos de configuração do próprio framework cujo o princípio de nome possui um similar ao do Servlet configurado no web.xml, seguido de -servlet.xml. A Listagem 2 coloca em prática esta situação, criando o arquivo springmvc-servlet.xml.

Criando o arquivo springmvc-servlet.xml

Para criar o arquivo, clique com o direito do mouse sobre o diretório WebContent/WEB-INF, selecionando no menu de contexto o item XML.

Se estiver utilizando o SpringSource Tool Suite, selecione no menu de contexto o item New>Other.

Na caixa de diálogo New, selecione Spring>Spring Bean Configuration File e prossiga no assistente.

Criando um arquivo de configuração do Spring

Figura 9 - Criando um arquivo de configuração do Spring

Na segunda etapa, mantenha o diretório WEB-INF selecionado e digite o nome do arquivo de springmvc-servlet.xml. Tirando “–servlet.xml”, o nome springmvc foi definido por você no arquivo web.xml da Listagem 1.

Definindo o nome do arquivo

Figura 10 - Definindo o nome do arquivo

Na terceira etapa, selecione os seguintes namespaces e seus respectivos XSDs:

beans – http://www.springframework.org/schema/beans
http://www.springframework.org/schema/beans/spring-beans-3.0.xsd

context – http://www.springframework.org/schema/context
http://www.springframework.org/schema/context/spring-context-3.0.xsd

Seleção do primeiro namespace do arquivo de configuração do Spring MVC

Figura 11 - Seleção do primeiro namespace do arquivo de configuração do Spring MVC

Listagem 2 – Configurações do arquivo springmvc-servlet.xml

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<beans xmlns="http://www.springframework.org/schema/beans"
xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"
xmlns:context="http://www.springframework.org/schema/context"
xmlns:mvc="http://www.springframework.org/schema/mvc"
xsi:schemaLocation="http://www.springframework.org/schema/beans http://www.springframework.org/schema/beans/spring-beans-3.0.xsd
http://www.springframework.org/schema/context http://www.springframework.org/schema/context/spring-context-3.0.xsd>
<!-- Rastreia as anotacoes encontradas  -->
<context:component-scan base-package="br.com.integrator.web"/>
<bean
class="org.springframework.web.servlet.view.InternalResourceViewResolver">
<property name="prefix" value="/WEB-INF/jsp/"/>
<property name="suffix" value=".jsp"/>
</bean>
</beans>

O arquivo springmvc-servlet.xml é lido graças ao seguinte trecho encontrado dentro do arquivo web.xml:

<servlet>
<servlet-name>springmvc</servlet-name>
<servlet-class>org.springframework.web.servlet.DispatcherServlet</servlet-class>
<load-on-startup>1</load-on-startup>
</servlet>
<servlet-mapping>
<servlet-name>springmvc</servlet-name>
<url-pattern>/</url-pattern>
</servlet-mapping>

Com a classe org.springframework.web.servlet.view.InternalResourceViewResolver, pré-fixamos o caminho das páginas em /WEB-INF/jsp/ e com o sufixo “.jsp”. InternalResourceViewResolver é uma subclasse de UrlBasedViewResolver, que suporta JSTL, também usada em nossas views.

Como boa prática recomendada pelo Spring, colocamos as páginas JSP dentro do diretório WEB-INF, impedindo assim seu acesso direto, manualmente, através da URL.

Criando o Controller

Com o direito do mouse sobre  Java Resources:src, selecione no menu de contexto New>Class. Na caixa de diálogo New Java Class, digite o pacote e, em OlaMundoController no campo Name. Confime em Finish a criação da classe.

Criação da classe OlaMundoController

Figura 12 - Criação da classe OlaMundoController

Altere a classe como mostrado na Listagem 3.

Listagem 3 – A classe OlaMundoController

package br.com.integrator.web;
import org.springframework.web.bind.annotation.RequestMapping;
import org.springframework.stereotype.Controller;
import org.springframework.web.servlet.ModelAndView;
@Controller
public class OlaMundoController {
@RequestMapping("/ola")
public ModelAndView ola() {
String mensagem = "Conhecendo o Spring MVC 3.0";
ModelAndView modelAndView = new ModelAndView("ola");
modelAndView.addObject("mensagem", mensagem);
return modelAndView;
}
}

Desde a versão do Spring MVC 2.5, podemos declarar uma classe controller utilizando simplesmente a anotação @Controller, de org.springframework.stereotype.Controller. Esta anotação permite que o Spring faça uma varredura automatica nas classes através do elemento <context:component-scan>.

Através da anotação @RequestMapping, definimos o caminho HTTP que será utilizado na aplicação, sendo mapeada pela classe. Na prática, todas as chamadas à aplicação contendo “/ola” serão analisadas pela classe controller.

DispatcherServlet (configurado no arquivo web.xml – Listagem 1) é o responsável por receber todas as requisições do cliente, executando a parte comum destes pedidos e delegando implementações específicas para os controllers. Este servlet é responsável por ler todas as configurações e usar a leitura de componentes deste framework.

Após DispatcherServlet receber o pedido e fazer o seu trabalho, ele tenta encontrar um controller, usando a interface HandlerMapping (implementada pelos objetos que definem um mapeamento entre requisições e manipulações).

Ao encontrar o controller, o método handleRequest(HttpServletRequest request, HttpServletResponse response) é chamado com a responsabilidade do pedido e, caso seja necessário, retorna um adequado ModelAndView.  Como padrão, uma instância de ModelAndView consiste em um nome da view e um Map, que contém nomes do bean e objetos correspondentes (como um comando ou formulário, contendo dados).

No caso, o Controller chama a view ola e passa mensagem com o valor de “Conhecendo o Spring MVC 3.0”.

Criando a View

Clique com o direito sobre o diretório WebContent/WEB-INF e selecione, no menu de contexto, o item New>Folder. Chame este diretório de jsp. Estamos fazendo isso porque será onde adicionaremos a página JSP. Este nome foi configurado no arquivo springmvc-servlets.xml, conforme a Listagem 2 no elemento <property value=”/WEB-INF/jsp/”/>.

Clique novamente com o direito do mouse, só que, desta vez,  sobre o diretório jsp recém criado, selecionando New>JSP.

Na caixa de diálogo chame de ola.jsp e clique no bota Finish. Altere como mostrado na Listagem 4.

Listagem 4 – A View ola.jsp

<!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01 Transitional//EN" "http://www.w3.org/TR/html4/loose.dtd">
<html>
<head>
<title>${mensagem}</title>
</head>
<body>
<h2>${mensagem}</h2>
</body>
</html>

Para visualizar a página, digite em seu navegador:

http://localhost:8080/ConhecendoSpringMVC/ola

Resultado da saída gerada pelo Spring MVC 3.0

Figura 13 - Resultado da saída gerada pelo Spring MVC 3.0

O projeto

O resultado final de todos os arquivos criados e configurados no projeto será como mostrado na Figura 14.

Figura 14 – O projeto completo

Figura 14 – O projeto completo


[¹] Veja mais sobre IoC e DI no site do Martin Fowler: http://martinfowler.com/articles/injection.html

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fev 21 2010

JavaServer Faces 2.0 na Prática – Parte 3

Category: JSF 2.0Edson Gonçalves @ 3:55

Olá, tudo bom? Como vão vocês?

Este artigo é o terceiro de uma série ao qual vou ensiná-los a trabalhar com o JavaServer Faces 2.0.

Nesta terceira parte iremos conhecer melhor o framework JavaServer Faces 2.0 e seu comportamento.

Dúvidas e críticas são bem vindas.

Conhecendo melhor o JavaServer Faces

Como pudemos  ver, o framework JSF é responsável por interagir com o usuário (cliente). Porém, o escopo de JSF é restringido à camada de apresentação. A persistência de dados e outras conexões back-end estão fora do escopo de JSF.

Se você está começando agora, recomendo voltar até a Parte 1 para melhor compreender este artigo.

Renderizando componentes

Ao chamar uma página JSF no navegador, o servidor inicia uma chamada a árvore de componentes do JSF para renderizar a página de acordo com o encontrado.

O servlet JavaServer Faces inicializa o código do framework e lê a página index.xhtml. Como esta página contém tags JSF, como <h:form />, <h:inputText />, <h:commandButton /> e <h:outputText />, cada uma possui uma classe tag handler associada. Quando a página é lida, as tags handles são executadas, de modo que cada uma colabora com a outra para construir o que chamamos de árvore de componentes. A Figura 1 mostra as tag handlers dos componentes utilizados no exemplo criado na Parte 2 do conjunto de artigos.

Figura 1 – Os componentes da aplicação de exemplo

Figura 1 – Os componentes da aplicação de exemplo

Após ler cada componente, a página HTML é devolvida ao navegador, que a renderiza. Todo e qualquer texto que não for uma tag JSF será passado adiante, onde as demais que não forem serão convertidas em HTML.

O processo de devolver a página no formato HTML ao navegador é chamado de encoding. Se olhar o código HTML gerado, verá que o objeto UIInput, por exemplo, procura o ID (unique ID) e o seu valor atual da expressão #{meuManagedBean.texto}. Por padrão, as strings de atributos ID, do HTML, são adicionadas pelo framework, podendo ser aleatórias. Caso não houver um ID na tag <h:form/>, como no exemplo desenvolvido, poderemos ter um ID como j_idt17:texto:

<input id=”j_idt17:texto” name=”j_idt17:texto” />

Se houver um atributo ID na tag <h:form/> (ex: <h:form id=”form1″ />), você terá como resultado o ID form1:texto na renderização da página:

<input type=”text” />

Se desejarmos retirar essa pré-definição de nome no atributo ID, basta adicionar seguinte atributo e seu valor na tag <h:form/>: prependId=”false”. O resultado tag <h:form/> completa ficaria assim:

<h:form prependId=”false”>

No encoding, o atributo ID gerado seria apenas o nome atribuído na tag pela propriedade id, como, por exemplo, na tag de entrada <h:inputText id=”texto” />, onde a renderização HTML seria:

<input type=”text” />

Depois de ocorrer o encoding, elas são enviadas ao navegador que agora as reconhece como uma página HTML. A Figura 2 ilustra esta transformação.

Figura 2 – Codificação e decodificação das páginas JavaServer Faces

Figura 2 – Codificação e decodificação das páginas JavaServer Faces

Do navegador para o servidor

Depois que o usuário receber a página, este a preenche como deve e submete o formulário ao servidor novamente. No caso do exemplo, o formulário é submetido pelo método HTTP POST, contendo o endereço da página e os dados do formulário.

Os dados no servidor são colocados em uma tabela hash, como ocorre normalmente em processamentos Servlet, que pode ser acessada por todos os componentes. O framework JSF permite que cada componente inspecione esta tabela em um processo chamado de decoding. Neste momento, cada componente decide como serão interpretados os dados do formulário.

O processo como um todo é chamado de Ciclo de Vida e será visto mais adiante, ainda neste artigo.

A arquitetura do JavaServer Faces

Para melhor compreensão, a seguir teremos um resumo de como funcionam as páginas JavaServer Faces:

A arquitetura Model-View-Controller

JSF conecta a apresentação e o modelo. Como vimos, um componente de apresentação pode ser unido a uma propriedade do Managed Bean de um objeto modelo:

<h:outputText value=”#{meuManagedBean.texto}”/>

O JSF opera como o controlador que reage ao usuário processando a ação e os eventos de alteração de valores, enquanto dirige o código para atualizar o modelo ou a apresentação. A invocação ao controlador ocorre através do componente <h:commandButton />.

Quando o botão é clicado e o formulário é enviado (submetido) ao servidor, a implementação JSF invoca o método para checar o bean do usuário. O componente <h:commandButton /> pode possuir um método que entra em ação para atualizar o modelo e devolver para a navegação o ID da próxima página a ser exibida.

Validações e Conversão de dados

Usuários entram com os dados em um formulário Web com um formato de texto. Podemos validar de forma padrão ou personalizada como serão aceitos estes textos (dados). Estas validações, assim como suas conversões, são feitas pelo conjunto de tags JSF Core, que incluímos da seguinte forma:

<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml"

xmlns:h="http://java.sun.com/jsf/html"

xmlns:f="http://java.sun.com/jsf/core">

A biblioteca de tags Core pode ser incluída também em uma página JSP da seguinte forma:

<%@ taglib uri=”http://java.sun.com/jsf/core” prefix=”f”%>

Para validar, por exemplo, o tamanho mínimo de caracteres aceitos, podemos fazer da seguinte forma:

<h:inputText id="texto" value="#{meuManagedBean.texto}">

<f:validateLength minimum="3" />

</h:inputText>

Também podemos validar se um campo é obrigatório ou não, utilizando required=”true”:

<h:inputText value=”#{meuManagedBean.texto}” required=”true” >

Objetos de negócios também requerem informações como números, datas ou outros tipos de dados. Com JavaServer Faces podemos definir com as tags Core como serão os dados aceitos em um determinado campo, convertendo-os ou até mesmo personalizar a regra de conversão.

Um exemplo simples seria utilizar o <f:convertDateTime />, que faz com que o campo de entrada seja apenas um tipo de data e hora com o formato definido, que pode ser acrescido ao seu código da seguinte forma:

<h:inputText id="texto" value="#{meuManagedBean.texto}">

<f:convertDateTime pattern="dd/MM/yyyy" />

</h:inputText>

Manipulação de erros

O JSF utiliza regras de validação para campos como “este campo é obrigatório”. Claro que, quando os usuários entrarem com dados inválidos, preciamos exibir mensagens de erros mais apropriadas.

Os erros, tanto de validação, como de conversão, são tratados da mesma forma: uma mensagem é adicionada ao componente que não passou na verificação (seja validação ou conversão), onde a página atual é novamente exibida contendo uma frase do problema ocorrido.

As tags utilizadas para tais representações são: <h:message /> e <h:messages />. Os erros também podem ser lançados de forma personalizada utilizando o atributo validatorMessage ou requiredMessage. Para o exemplo, poderíamos ter algo assim:

<h:inputText

value="#{meuManagedBean.texto}"

required="true"

validatorMessage="Mínimo de 3 caracteres"

requiredMessage="Campo obrigatório">

<f:validateLength minimum="3" />

</h:inputText>

<h:messages />

Internacionalização

JSF fornece suporte à internacionalização como codificações de caractere e a seleção de pacotes de recursos.

A internacionalização no JSF 2.0 é possível de duas formas: faces-config.xml e a tag Core <f:loadBundle />.

Para uma internacionalização com o arquivo faces-config.xml, devemos adicionar este arquivo dentro do diretório WEB-INF. O conteúdo é mostrado na Listagem 1.

Listagem 1 – O arquivo faces-config.xml

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>

<faces-config xmlns="http://java.sun.com/xml/ns/javaee"

xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"

xsi:schemaLocation="http://java.sun.com/xml/ns/javaee

http://java.sun.com/xml/ns/javaee/web-facesconfig_2_0.xsd"

version="2.0">

<application>

<resource-bundle>

<base-name>br.com.integrator.rotulos</base-name>

<var>rotulo</var>

</resource-bundle>

<locale-config>

<default-locale>pt</default-locale>

<supported-locale>en</supported-locale>

</locale-config>

</application>

</faces-config>

O arquivo faces-config.xml é usado no JSF 2.0 principalmente para numerosas configurações globais de sua aplicação.

Os rótulos neste caso são colocados em arquivos .properties, onde o nome de cada arquivo possui _ABREVIAÇÃO DO IDIOMA como, por exemplo: rotulos_pt.properties. Crie os arquivos mostrados nas Listagens 2 e 3 dentro do pacote br.com.integrator.

Listagem 2 – O arquivo rotulos_en.properties

texto = Text:

enviar = Submit Text

obrigatorio = Required Field

validacao = Minimum 3 characters

titulo = One simple JSF Page

Listagem 3 – O arquivo rotulos_pt.properties

texto = Texto:

enviar = Enviar Texto

obrigatorio = Campo Obrigatório

validacao = Mínimo de 3 caracteres

titulo = Uma simples página JSF

Para compreender como ficará seu projeto, a Figura 3 mostra onde estará cada um dos arquivos que o compõem.

Figura 3 – Estrutura de diretórios do projeto

Figura 3 – Estrutura de diretórios do projeto

As alterações na página index.xhtml são mostradas na Listagem 4 a seguir.

Listagem 4 – Alterações na página index.xhtml

...

<h:head>

<title><h:outputText value="#{rotulo.titulo}" /></title>

</h:head>

<h:body>

<h:form>

<h:outputText value="#{rotulo.texto}" />

<h:inputText id="texto"

value="#{meuManagedBean.texto}"

required="true"

validatorMessage="#{rotulo.validacao}"

requiredMessage="#{rotulo.obrigatorio}">

<f:validateLength minimum="3" />

</h:inputText>

<h:messages />

<br />

<h:commandButton value="#{rotulo.enviar}" action="enviar" />

<br />

<h3><h:outputText value="#{meuManagedBean.texto}" /></h3>

</h:form>

</h:body>

...

Para visualizar as alterações, será necessário trocar o idioma padrão do seu navegador. No Mozilla Firefox, por exemplo, basta ir em Ferramentas>Opções>Conteúdo>Idiomas e clicar no botão Selecionar. Coloque o idioma diferente do que está usando como primeiro na ordem da lista de idiomas de preferência e confirme tudo. Dê um reload na página que verá as alterações.

Caso não queira usar uma declaração global dos recursos de localidades, podemos adicionar a tag <f:loadBundle  /> em cada página JSF. A seguir o trecho que poderá substituir a configuração global no arquivo faces-config.xml.

<f:loadBundle

basename="br.com.integrator.rotulos"

var="rotulo />

Nota: Das duas formas apresentadas para internacionalização de uma aplicação Web com o framework JSF, a versão com o elemento <resource-bundle />, encontrado no arquivo faces-config.xml, é a mais eficiente, pois é utilizado em todo o aplicativo e não somente na página configurada.

Componentes customizados

O desenvolvedor de componentes pode criar componentes sofisticados que são chamados pelos designers simplesmente colocando suas tags em suas páginas, ou arrastando-as caso sejam visuais. Um exemplo é pegar bibliotecas criadas, como de calendários, gráficos ou de upload de arquivos com barra de progresso e simplesmente adicionar na página desenvolvida.

Desde o JavaServer Faces 2.0, criar componentes customizados ficou mais fácil, com um recurso chamado de Composite Components (Componentes Compostos). Para exemplificar como funcionam os recursos de Composite Components, altere como nos passos a seguir seu projeto:

  1. Crie um diretório chamado de resources, no mesmo diretório onde se encontra a página index.xhtml.
  2. Dentro do diretório resources, adicione outro diretório chamado de componente.
  3. No diretório componente, crie uma página XHTML, chamada de component.xhtml,  com o conteúdo mostrado na Listagem 5.

Listagem 5 – Conteúdo do arquivo component.xhtml

<!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Transitional//EN"

"http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-transitional.dtd">

<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml"

xmlns:h="http://java.sun.com/jsf/html"

xmlns:f="http://java.sun.com/jsf/core"

xmlns:composite="http://java.sun.com/jsf/composite">

<h:head>

<title>Meu Primeiro Componente JSF 2.0</title>

</h:head>

<h:body>

<composite:interface>

<composite:attribute name="identificacao" required="true"/>

<composite:attribute name="managedbean" required="true"/>

<composite:attribute name="qtdcaracteres" required="true"/>

</composite:interface>

<composite:implementation>

<h:outputText value="#{rotulo.texto}" />

<h:inputText id="#{cc.attrs.identificacao}"

value="#{cc.attrs.managedbean}"

required="true"

validatorMessage="#{rotulo.validacao}"

requiredMessage="#{rotulo.obrigatorio}">

<f:validateLength minimum="#{cc.attrs.qtdcaracteres}" />

</h:inputText>

<h:messages />

<br />

<h:commandButton value="#{rotulo.enviar}" />

<br />

<h3><h:outputText value="#{cc.attrs.managedbean}" /></h3>

</composite:implementation>

</h:body>

</html>

Uma página de componente(s) no JSF 2.0 pode conter suporte aos componentes do JSF, a validação, converters e listeners. Além disso, qualquer outra tag HTML pode ser adicionada ao componente, incluindo também recursos de templates.

As tags utilizadas para criar componentes compostos no exemplo são: <composite:interface/> e <composite:implementation/>. Para utilizá-las, é necessário adicionar o seguinte namespace:

<html xmlns:composite=”http://java.sun.com/jsf/composite”>

A tag <composite:interface/> declara o contrato para um componente, ou seja, definimos quais são os atributos que o componente receberá. Os atributos são definidos dentro desta tag, com a tag <composite:attribute />, onde temos os atributos name e required. Em name colocamos o nome do atributo do nosso componente composto e definindo true, em required, definimos o atributo como de preenchimento obrigatório.

O exemplo mostrado possui um componente que terá os seguintes atributos obrigatórios, em ordem definidos na interface: identificacao, managedbean e qtdcaracteres.

A tag <composite:implementation/> é onde definimos o conteúdo do componente composto. Onde definir #{cc.attrs.x}, sendo que “x” é o nome do atributo do seu componente, será o local de substituição quando preencher o componente na página que o utilizar.

Para utilizar este componente, vá à página index.xhtml e altere seu conteúdo conforme a Listagem 6 a seguir:

Listagem 6– A página index.xhtml

<?xml version="1.0" encoding="ISO-8859-1" ?>

<!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Transitional//EN"

"http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-transitional.dtd">

<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml"

xmlns:h="http://java.sun.com/jsf/html"

xmlns:f="http://java.sun.com/jsf/core"

xmlns: comp="http://java.sun.com/jsf/composite/componente">

<h:head>

<title><h:outputText value="#{rotulo.titulo}" /></title>

</h:head>

<h:body>

<h:form>

<comp:component

identificacao="texto"

managedbean="#{meuManagedBean.texto}"

qtdcaracteres="3" />

</h:form>

</h:body>

</html>

Para utilizar o componente criado, você adiciona o seguinte namespace em sua página:

xmlns: comp=”http://java.sun.com/jsf/composite/componente

Observe que componente, no namespace, é o nome do diretório onde se encontra seu componente composto (o diretório fica dentro de resources caso não se lembre). O nome comp é dado por nós para chamar o componente. Podemos ter inúmeros componentes dentro de um diretório, assim como vários diretórios dentro de resources. Os agrupamos como acharmos melhor, de acordo com o conveniente no desenvolvimento de nossos aplicativos.

Para utilizar o componente, o chamamos assim: <comp:component/>. Onde component é o nome do arquivo .xhtml criado. Os atributos deste componente podem ser vários e os definidos como obrigatórios precisam ser preenchidos para que não ocorram erros.

Figura 4 – Da criação do componente até sua utilização e renderização na página

Figura 4 – Da criação do componente até sua utilização e renderização na página

Renderizadores Alternativos

Por padrão, JSF produz HTML em sua saída, mas é extensível o suficiente para produzir outros tipos de saídas como, por exemplo, WML ou XUL.

Ajax

JavaServer Faces possui atualmente uma comunicação Ajax padrão que torna-se totalmente transparente as chamadas cliente-servidor sem a necessidade de reload na página.

Para conhecer rapidamente o Ajax no JavaServer Faces 2.0, altere a página index.xhtml como mostrado na Listagem 7.

Listagem 7 – Alterações na página index.xhtml

...

<h:form>

<h:outputScript name="jsf.js" library="javax.faces" target="head"/>

<h:outputText value="#{rotulo.texto}" />

<h:inputText id="texto" value="#{meuManagedBean.texto}"/>

<br />

<h:commandButton id="enviar" value="#{rotulo.enviar}">

<f:ajax execute="form1:texto" render="form1:saida"/>

</h:commandButton>

<br />

<h3>

<h:outputText id="saida" value="#{meuManagedBean.texto}" />

</h3>

</h:form>

...

Com algumas pequenas mudanças, sua aplicação passou a utilizar o recurso de Ajax.

O JSF 2.0 possui uma nova API JavaScript, ao qual pode chamar o servidor, enviando e recebendo dados. Nesta API JavaScript, temos o seguinte método:

jsf.ajax.request(source, event, options)

Este método envia e recebe os dados do servidor de forma assíncrona diretamente para os componentes da view. Você pode vê-lo no HTML renderizado.

A tag <f:ajax /> que utilizamos no exemplo pode ser substituída pela chamada direta à  jsf.ajax.request() da seguinte forma:

<h:commandButton value=”#{rotulo.enviar}”

onclick=”jsf.ajax.request(this, event,

{execute: ‘form1:texto’, render: ‘form1:saida’}); return false;” />

Em ambos os casos, seja com a tag <f:Ajax/> ou pelo script adicionado na tag, na renderização, o método recebe o elemento que está disparando a ação , que no geral é o próprio que o chama (this), o evento e um conjunto de parâmetros.

Neste conjunto de parâmetros existem duas propriedades: execute e render. Tanto o execute, como o render, recebem os IDs dos elementos HTML renderizados no cliente, ou seja, o ID dos componentes que passaram pelo encoding. O execute define o componente que será submetido ao servidor via Ajax e render qual componente receberá a resposta.

O Ajax padrão de JSF 2.0 é obtido pela tag <h:outputScript />. Esta tag, configurada como no exemplo, renderiza a tag HTML <script/>, que trás um JavaScript existente na biblioteca JSF 2.0. Os três atributos usados no exemplo são:

  • name – O nome do arquivo externo de JavaScript que, no caso, pertence a própria biblioteca de JSF 2.0;
  • library – A biblioteca usada;
  • target –  Onde será renderizada a tag <script/>, que no caso será por entre as tags <head/>, sempre no HTML.

Nota: O JavaScript contido no JSF 2.0 em questão está dentro do JAR jsf-impl.jar, em META-INF/resources/javax.faces/jsf.js. Veja mais a respeito sobre o JavaScript padrão de JSF 2.0 no seguinte link: https://javaserverfaces.dev.java.net/nonav/docs/2.0/jsdocs/index.html.

O MVC de JSF

Para que JSF funcione, registramos a classe FacesServlet no deployment descriptor (web.xml). Ao fazer este registro, os pedidos são controlados pela classe javax.faces.webapp.FacesServlet (o Controller do MVC), uma implementação de javax.servlet.Servlet, roteando o tráfego e administrando o ciclo de vida dos beans e componentes de interface do usuário (UI).

Figura 5 – O MVC do framework JSF

Figura 5 – O MVC do framework JSF

Os componentes UI são organizados em uma estrutura de árvore onde, cada componente, pode ser associado com os métodos e atributos de um bean. Cada componente também pode ser associado com uma função de validação ou classe.

Por trás, FacesServlet aceita pedidos de entrada e controla o objeto javax.faces.lifecycle.Lifecycle. Usando uma factory, ela cria um objeto do tipo javax.faces.context.FacesContext, que contém todos os processos.

O ciclo de vida do JSF

O objeto Lifecycle usa o objeto FacesContext em seis fases que compõem o ciclo de vida de uma aplicação JSF. Cada fase tem uma ação importante em sua aplicação e deve ser bem compreendida para que você possa manipular ao extremo sua interface e melhorar a legibilidade de seu desenvolvimento.

Figura 6 – Ciclo de vida do JavaServer Faces

Figura 6 – Ciclo de vida do JavaServer Faces

As seis fases são executadas na seguinte ordem:

  1. Restaurar Apresentação [1]– Esta fase inicia o processamento da requisição do ciclo de vida por meio da construção da árvore de componentes do JSF. Cada árvore de componentes possui um identificador único durante todo o aplicativo. O JSF constrói a apresentação da página e salva  na instância FacesContext para processamento das fases seguintes.
  2. Aplicar Valores Requisitados – Nesta fase, quaisquer novos valores inseridos são extraídos e armazenados por seus apropriados componentes. Se o valor do componente não for uma String, então ele é convertido para o seu determinado tipo. Se a conversão falhar, ocorrem diversas situações:
  1. 1. Uma mensagem de erro é gerada e associada com o componente;
  2. 2. Uma mensagem de erro é armazenada no FacesContext e depois mostrada posteriormente na fase de Renderizar a Resposta;
  3. 3. O ciclo de vida pula a fase de Renderizar a Resposta quando esta se completou.
  1. Processar Validações – Depois do valor de cada componente ser atualizado, na fase de processo de validações, os componentes serão validados naqueles valores, se necessário. Um componente que necessita de validação deve fornecer a implementação da lógica de validação. Por exemplo, em um carrinho de compras, podemos determinar a quantidade mínima a ser digitada e máxima. O valor requisitado é um inteiro (verificado na fase anterior) e, como passou pela fase 2, nessa fase pode ser barrado por estar além do determinado (com uma quantidade mínima ou máxima diferente da estipulada).
  2. Atualizar Valores do Modelo – Alcança-se essa fase após todos os componentes serem validados. Nesta fase são atualizados os dados do modelo do aplicativo. Na página em que foi criada para enviar um texto, a informação digitada foi armazenada no Managed Bean durante esta fase. Por ter passado pelo processo de validação, temos garantias que o valor armazenado  será garantido nessa fase. Entretanto, os dados podem violar a lógica de negócios, ao qual a validação ocorre na fase seguinte.
  3. Invocar Aplicação – Durante esta fase, a implementação JSF manipula quaisquer eventos do aplicativo, tal como enviar um formulário ou ir a outra página através de um link. Estes eventos são ações que retornam geralmente uma  string que está associada a uma navegação no qual se encarrega de chamar a página determinada.
  4. Renderizar Resposta – Esta é a fase final, ao qual é renderizada a página. Se este é um pedido inicial para esta página,  os componentes são acrescentados à apresentação neste momento. Se este é um postback,  os componentes já foram acrescidos à apresentação.  Se há mensagens de conversão ou erros de validação e a página contém um ou mais componentes <mensage /> ou um componente <messages />, estes serão exibidos.  Reciprocamente, se a página não contém um componente de mensagem,  nenhuma informação aparecerá.

Numa requisição a uma página JSF, podemos passar por todas essas fases ou por nenhuma, dependendo do tipo de pedido, de erros que ocorrem durante as validações, conversões e do tipo de resposta.

Uma requisição e uma resposta são consideradas faces request/response se contiverem tags JSF, assim como as que não as contém são chamadas de non-faces request/response. Uma non-faces request pode vir de um clique em um link, por exemplo.

Como já dito, toda requisição é recebida pelo FacesServlet e prossegue a passagem pelas fases (Lifecycle) até uma resposta ser retornada ao cliente.

O FacesServlet recupera uma instância de FacesContext, do FacesContextFactory, fornecendo uma implementação de LifeCycle. O processamento do ciclo de vida é então delegado a interface LifeCycle, a partir da chamada ao método execute. A implementação de LifeCycle inicia as fases do ciclo de vida. Se existir algum validador associado a algum campo do formulário este é inicializado nessa primeira fase. A árvore é armazenada pelo contexto e será utilizada nas fases seguintes. Também o estado do formulário é salvo automaticamente.

Testando o ciclo de vida

Para confirmar como todas as fases do ciclo de vida são usadas e quais são, basta criar um simples PhaseListener e mandá-lo gerar a saída antes e depois de cada fase.

Criando uma classe Phase Listener

Criar uma classe que implemente a PhaseListener exigem dois passos:

• Criar uma classe que implemente PhaseListener;

• Registrar esta classe no arquivo de configurações do JSF.

A classe PhaseListener deve implementa a classe javax.faces.event.PhaseListener.  A Listagem 8 demonstra como criar esta classe:

Listagem 8 – A classe PhaseListener

package br.com.integrator.listener;

public class PhaseListener implements javax.faces.event.PhaseListener {

public void afterPhase(PhaseEvent event) {

event.getFacesContext().getExternalContext().

log("AFTER: "+event.getPhaseId());

}

public void beforePhase(PhaseEvent event) {

event.getFacesContext().getExternalContext().

log("BEFORE: "+event.getPhaseId());

}

public PhaseId getPhaseId() {

return PhaseId.ANY_PHASE;

}

}

Para a classe da Listagem 8, três métodos são implementados: afterPhase(), beforePhase() e getPhaseId().

Os dois primeiros,  afterPhase()beforePhase(), definem o que ocorre ANTES e DEPOIS de cada fase.  Nestes métodos foram incluídos a capacidade de imprimir na saída console o que ocorreu.

O terceiro método, getPhaseId(), especifica  em  qual das fases é invocado este ouvinte (Listener) e PhaseId.ANY_PHASE menciona que será para todas as fases.

Com a classe criada, o próximo passo é registrar esta classe PhaseListener no arquivo de configurações do JSF (faces-config.xml).

Para fazer isso, no arquivo faces-config.xml,  adicionaremos os seguintes elementos do trecho a seguir:

<faces-config ...>

...

<lifecycle>

<phase-listener>

br.com.integrator.listener.PhaseListener

</phase-listener>

</lifecycle>

</faces-config>

Ao rodar a aplicação, haverá saídas no console de acordo com o uso da aplicação. A Figura 7 mostra tanto o uso da aplicação como sua saída no console, passando pelas seis fases do ciclo de vida.

Figura 7- Execução do exemplo e saída no Console resultante da classe PhaseListener

Figura 7- Execução do exemplo e saída no Console resultante da classe PhaseListener

Podemos testar o comportamento das fases enviando o formulário sem dados preenchidos ou preenchendo erroneamente. É uma forma de analisar de perto o ciclo de vida do framework JavaServer Faces.


[1] Defino aqui como Apresentação a tradução para View, que se refere ao Model-View-Controller, no qual traduzo como Modelo-Apesentação-Controle. Entretanto, a especificação JSF define como View o nome para uma página JSF. No decorrer dos artigos, sempre que me referir a View, estarei tratando da página JSF e não da palavra existente em MVC.

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